MARIA MADDALENA GHERBEZZA
A nossa matriarca nasceu em 17 de agosto de 1861, filha de Giovanni Battista Gherbezza e Mariana Guerra, na cidade de Buja. Foi batizada na Parrocchia San Lorenzo in Monte do distrito de Santo Stefano na Cidade de Buja. A paróquia data de 1248 fica no topo do Monte di Buja.
Fonte: https://it.wikipedia.org/ Fonte: http://www.atleticabuja.it/
![monte-di-buja](https://familiabuiatti.com.br/wp-content/uploads/2020/05/09-03.jpg)
Não conseguimos nenhum registro fotográfico ou carta de Maria Maddalena Gherbezza, mas pudemos avançar em sua árvore genealógica até seus bisavós:
![](https://familiabuiatti.com.br/wp-content/uploads/2020/05/09-04.png)
Observem que apesar do território de Buja ter feito do Império Austríaco de 1815 a 1861, os nomes e sobrenomes são de origem friulana e da península itálica. O Comune de Buja fica na planície bem ao sul dos Alpes Cárnicos, do lado direito do Rio Tagliamento. Faz parte da província de Udine e do Território de San Danielle del Friuli, onde é produzido o famoso “Prosciuto San Danielle”, um dos presuntos de pernil de suínos mais famosos do mundo.
Não temos informações da data que a família de Giovanni Battista Gherbezza mudou para as terras de Aiello del Friuli e proporcionaram o casamento entre Valentino Bujat e Maria Maddalena. Após o casamento deles, em 07 de fevereiro de 1885, viveram ainda mais 6 anos no Friuli.
Saber o sentimento de nossa matriarca é difícil, mas podemos relatar como era a vida de uma mulher camponesa pobre, nascida no Friuli. Na segunda metade do século XIX, ou como os historiadores italianos referem “seconda metà dell’ottocento”, a cultura da época era uma sociedade baseada em Família Patriarcal. A mulher nascia e permanecia junto aos pais, trabalhando na casa e na lavoura até que seu pai conseguisse um casamento que ele julgasse como interessante. Ao se casar, com uma pessoa que o seu pai escolheu, a mulher iria morar com os pais de seu esposo até que conseguissem construir o próprio lar. Enquanto morasse com os sogros, a mulher era submetida à sogra nos trabalhos domésticos e do campo. Os dotes não eram pagos pela família da esposa, pois os camponeses não tinham condições para isso, mas a mulher deveria ser saudável e ter capacidade laborativa. Havia um ditado no norte da Itália assim: “Donna al telaio, marito senza guaio”, em português: “Mulher no tear, marido sem problema.” As obrigações das mulheres eram cuidar da casa e dos filhos. Tinha pouco acesso à leitura, não podia votar e possuíam poucos direitos. Além disso, quando se partia uma terra com os filhos, o pai dividia apenas entre os filhos homens, a filha mulher passaria a ser considerada da família do esposo.
Nessa condição de submissão, que naqueles tempos era considerada comum e natural, Maria Maddalena seguiu com seu marido e filhos até a última morada em Sobradinho no então Município de Uberabinha (Uberlândia). Faleceu aos 53 anos de idade na data de 01 de setembro de 1914, devido a congestão pulmonar (Edema agudo de pulmão). O atestado de óbito confirma que ainda vivam na região de Sobradinho, e o médico que atestou o falecimento, foi o Dr. Leopoldo de Castro.
![](https://familiabuiatti.com.br/wp-content/uploads/2020/05/09-05-766x1024.jpg)
Bibliografia:
- www.edatlas.it, Le Donne Nel’ottocento.
- www.finestresullarte.info/904n_lavoro-femminile-tra-ottocento-e-novecento-arte.php